Tendo em conta o considerável sucesso que a série de anime teve quando estreou em 2013, porque raio só agora vimos uma adaptação para jogo? Numa fase em que se vê cada vez mais adaptações de anime para videojogos, eis que chegou finalmente a hora de Kill la Kill. Depois de ter passado algumas horas com o título, escusado será dizer que este é claramente direcionado quase exclusivamente, aos fãs da série. Porquê? Porque a meu ver, não oferece nada de extraordinário que se destaque dos demais do mesmo género. Por outro lado, também sei reconhecer que isso não foi certamente o objetivo principal desta adaptação.
Kill la Kil: If coloca-vos de imediato no modo história, sem qualquer espaço para experimentar outros modos (porque estão bloqueados). Só após alguns capítulos superados é que o jogo permite aventurarem-se no tutorial, jogar contra a IA ou outros jogadores. Quer dizer, o jogo tem um tutorial antes de começar o modo história, mas é forçado para ajudar a explicar as mecânicas. Em termos de enredo, o jogo transporta-nos para um cenário alternativo ao da série de anime, mas sem nunca perder o seu brilho, carisma e toda a sua loucura visual e energética presente na obra original.
Ainda assim, mesmo sendo um cenário hipotético, toda a narrativa passa completamente ao lado em termos de importância. Caso não tenham visto a série, preparem-se para ficar a “apanhar bonés” no que toca a quem é quem e o que faz ali com aqueles trajes peculiares. Os visuais estão bem conseguidos e são vários os momentos em que parece que estamos a ver o anime, em vez do jogo em si. Todas as animações durante o combate estão com uma excelente qualidade e o caos é real quando os golpes começam a preencher o ecrã, sempre acompanhados de uma intensidade muito característica de Kill la Kill.
O combate é certamente engraçado e alucinante, tal como expectável. Existem vários tipos de golpes e truques especiais, muito ao estilo da série e sem nunca perder identidade. Para os fãs mais relaxados no que toca a memorizar combos, fiquem descansados pois os mesmos são fáceis de implementar e o jogo disponibiliza algumas das combinações no ecrã. Infelizmente, o número de personagens disponíveis é algo curto para um anime que ainda contém um número considerável de protagonistas. Algo positivo é a inclusão do áudio original (japonês), a acompanhar da dobragem inglesa. Acredito que este é um fator bastante importante na hora de desfrutar da adaptação, pois para mim, o anime quer-se sempre na sua integridade original.
Kill la Kill: If acaba por me deixar com um sabor agridoce na boca. Se por um lado termos uma excelente adaptação visual e um bom sistema de combate, por outro lado, a curta campanha e os monótonos modos de jogo acabam por ofuscar um pouco desse brilho. Estamos perante um produto que acaba unicamente por satisfazer os fãs da série e mesmo assim, certamente que nem todos.
Visuais da série bem representados
Combate frenético
Vozes originais em Japonês (opção)
Muito conteúdo extra por desbloquear (exclusivamente para os fãs)
Modo história bastante curto
Leque de personagens disponíveis muito reduzido
Modos de jogo pouco interessantes
Data de Lançamento: 26 de Julho de 2019
Produtora: APLUS Co., Ltd.
Editora: Arc System Works, PQube
Género: Ação, Luta
Disponível para: Windows PC
Foi disponibilizada uma cópia do jogo para análise por parte da PQube.