Numa altura em que se vê cada vez mais o gênero cyberpunk a surgir como a temática da moda nos videojogos (tal como os zombies foram há uns anos), será necessário alguma criatividade para que muitos destes títulos se consigam destacar dos demais. Cruzei-me com Ghostrunner há uns meses e pareceu-me que tinha o mínimo potencial para ser algo engraçado e de qualidade. Agora que está finalmente disponível uma demo no Steam, não hesitei em fazer download e testar.
A demo é relativamente curta e terminei em cerca de 10 minutos, apesar das minhas várias mortes. Porém, é o suficiente para dar a entender aquilo que será o jogo em termos de jogabilidade. Combinem o parkour de Mirror’s Edge com toda uma temática cyberpunk e deverão conseguir imaginar facilmente parte do core de Ghostrunner.
A nossa mobilidade é bastante ágil, rápida e precisa, embora a movimentação entre plataformas só possa ser feita em determinados locais. Existem algumas zonas com diversas opções de abordagem, ficando ao nosso critério qual a melhor forma de o fazer. Para além de correr pelas paredes (numa movimentação sempre cheia de estilo), o jogo também oferece uma mecânica com um grappling hook (o famoso “gancho”), a qual nos dá uma maior mobilidade em certas áreas. Infelizmente, ou pelo menos na demo, não dá a entender que possamos usar estas mecânica em qualquer sítio mas, se assim acontecer, será extremamente bem-vindo pois as possibilidade serão imensas.
No que toca ao combate, temos uma espada bastante letal que elimina os inimigos com um só golpe. Todavia, também nós somos facilmente eliminados com um único golpe e é aqui que a pressão entra. Preparem-se para morrer várias vezes enquanto tentam decifrar qual a melhor forma de abordar um inimigo. Para ajudar nesta abordagem, o jogo oferece uma mecânica que vos permite abrandar o tempo. Este abrandamento faz com que nos consigamos desviar do ataque, ao mesmo tempo que sejamos projetados automaticamente na direção do inimigo para que o possamos executar. Se levarmos muito tempo ou a movimentação não for a melhor, então a nossa morte é praticamente um dado adquirido. Algo que me apercebi durante a demo foi a possibilidade de desviar as “balas” do inimigo com a espada, embora o timing tenha que ser perfeito. Suponho que esta “habilidade” possa ser desenvolvida com o tempo para ser mais facilmente usada em combate. Por falar em habilidade, espero que Ghostrunner possa ter um sistema de melhoramentos (ou a famosa skill tree), o qual poderá acabar por dar uma maior profundidade à jogabilidade
O jogo faz uma boa introdução ao combate, a qual nos dá tempo para interiorizar todo o seu mecanismo. No entanto, assim que entramos numa área com vários inimigos a disparar, as coisas tornam-se rapidamente um pouco mais caóticas. O jogo obriga-nos a ser bastante rápido e letais, tanto em termos de movimentação nos níveis, como na abordagem aos inimigos.
A banda sonora foi outro aspeto que adorei e que encaixa de forma perfeita em todo o espírito do jogo. Obviamente que estamos a falar de uma sonoridade muito synthwave, o qual acaba por ser o tipo de música que acompanha esta temática a tempo inteiro.
No que toca à história do jogo, segundo o site oficial (já que na demo nada é revelado), o nosso objetivo é derrotar a entidade responsável pela tecnologia que temos implementada no nosso corpo e, com isso, expor todos os seus segredos. Não estou com grandes expectativas quando à narrativa, pois é a sua jogabilidade e visuais que me atraem bastante. Se a história acabar por ter alguma qualidade, então melhor ainda.
Se a minha curiosidade por Ghostrunner já era alguma antes de jogar a demo, agora tenho a certeza que este será um jogo que não vou deixar passar ao lado.
Ghostrunner está previsto sair este ano para PC, Playstation 4 e Xbox One.